Com as presenças de José Serra(PSDB), Plínio de Arruda Sampaio(PSOL) e Marina Silva(PV), a Confederação das Associações Comerciais do Brasil, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e a Associação Comercial de São Paulo realizaram, na última segunda-feira (09/08) sabatina entre os principais presidenciáveis. O encontro teve como palco o auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, na Barra Funda. O jornalista Heródoto Barbeiro, âncora da rádio CBN foi o mediador. Os jornalistas José Nêumanne Pinto, do Estadão e SBT, Moisés Rabinovici, do Diário do Comércio e o economista Roberto Macedo foram os debatedores. Dilma Rousseff(PT) não compareceu. O presidente da CABC José Paulo Dornelles Cairolli destacou que as associações comerciais são peças importantes no processo democrático brasileiro. Já o presidente da ACSP, Alencar Burti ressaltou que a classe empresarial sempre esteve disposta a ouvir os projetos e propostas dos candidatos, que estão alinhados com o desenvolvimento do Brasil. Disse da importância de se realizar as reformas tributária e política. “Este encontro tem o objetivo de aproximar a sociedade do governo”, esclareceu Burti.
Em sua participação o candidato Plínio de Arruda Sampaio, disse que o país sofre com dois problemas cruciais desde seu descobrimento: a exclusão social e a dependência. Disse que o Brasil promove uma das maiores desigualdades do mundo. Afirmou que no programa do PSOL está estabelecida uma nova dinâmica social, que visa uma drástica distribuição de renda, reforma agrária efetiva, redução da jornada de trabalho sem redução dos salários e socialização da medicina. Indagado sobre as invasões do MST, Plínio foi contundente: “os maiores invasões deste país são os grileiros, os poderosos do agronegócio, que destroem a natureza e acabam com os pequenos agricultores”, disse. Já sobre o programa Bolsa Família, o candidato criticou a atual forma de conseguir o benefício. “O Bolsa Família deve ser apenas um plano emergencial e não criar uma clientela permanente”, observou.
O candidato José Serra censurou a atual administração, que em sua analise, permitiu o retorno das piores práticas de se governar. “Voltamos para trás. Não podemos concordar com um governo que sirva a interesses de partidos, sindicatos e em benefícios pessoais”, afirmou. Segundo ele, órgãos como Correios e Telégrafos, que funcionavam muito bem, hoje está arrebentado pelo loteamento político. Sobre o sistema eleitoral, José Serra defendeu a adoção do voto distrital puro nos municípios com mais de 200 mil eleitores e com segundo turno nas eleições. “Podemos começar com os municípios. As campanhas irão ficar mais baratas. Os eleitores poderão fiscalizar melhor. Depois quem sabe podemos abrir caminho para as campanhas dos deputados federais e consequentemente os estaduais”, explicou. Disse da dificuldade de se fechar uma empresa no país. “Eu já fui vitima deste problema. Por que será que temos que ter um sócio para abrir uma empresa no Brasil? Prometo que vamos consertar isso”, afirmou o candidato. Perguntado sobre a atuação do país diante da política externa, Serra apontou que promover a figura do Brasil no exterior é bastante benéfica. Mostrou seu descontentamento com a falta de acordos promovidos pelo país. “Passaram-se oito anos, só realizamos um acordo com Israel e um ato limitado com a China. Não temos defesas comerciais. Temos que fazer acordos com países que respeitam os direitos humanos”.
Marina Silva candidata do Partido Verde defendeu a reforma política e tributária no país. “Nossa carga tributária é muito alta. Temos que racionalizar de forma transparente a arrecadação”, afirmou. Ao contrário do candidato Plínio, Marina observa que existe espaço para todos no campo. “O país é muito grande. São 8,5 milhões de metros quadrados. Tem espaço suficiente para o agronegócio, monoculturas e extrativismo”, ponderou. A candidata do PV não deixou de citar as questões ambientais e proposta de governo voltada para as mulheres pobres.
A ausência de Dilma foi considerada falta de respeito pelo público presente ao evento.
Todos os candidatos elogiaram o pacote de propostas do setor empresarial para o desenvolvimento brasileiro. Especialistas de renome como: Claudio de Moura Castro, José Pastore, Hélio Zylberstajn, Joaquim Elói Cirne de Toledo, Ethevaldo Siqueira, Nelson Marconi, José Roberto Mendonça de Barros, Gustavo Krause, entre outros, fazem parte do trabalho.
José Serra reconheceu que o documento é de grande relevância e admitiu que irá ajudar a governar o país. A sabatina contou com a participação do público e os internautas poderão acompanhar e interagir através da Web TV.
"A maior punição do ser humano é o remorso".(Couto)
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