
Muricy Ramalho foi o responsável por transformar num time vencedor um elenco que juntava medalhões consagrados, como Fred, Washington, Deco e Belletti, a novatos sedentos por fama, como Maquinho, Gum, Leandro Euzébio e Ricardo Berna. Assim que o árbitro Carlos Eugênio Simon apitou o fim da vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, gol de Emerson, outro dos medalhões acima citados, Muricy pôde extravasar a tensão e comemorar o quarto título brasileiro de sua carreira.
“Foi bom demais, o mais difícil campeonato. O Fluminense mereceu e agora vai melhorar em todos os sentidos”, afirmou um Muricy no seu momento mais comum, ou seja, sem papas na língua. “O Fluminense está muito atrás no tempo nas coisas.”
A cobrança veio junto com um autoelogio. “A estrutura é importante, ajuda muito, mas são os homens que fazem a diferença. Se o técnico não for bom, o preparador, não adianta. Normalmente o técnico não tem tanta importância assim, mas acho que contribuí bastante para essa conquista.”
Título com o Fuminense foi o mais difícil de todos, disse Muricy.A festa de campeão brasileiro está longe de ser uma novidade para ele, um especialista nos pontos corridos: além dos três títulos com o São Paulo, de 2006 a 2008, ainda foi vice com o Inter em 2005, atrás só do Corinthians, e quinto com o Palmeiras no ano passado, quando o tive liderou quase metade do campeonato. “Eu me cobro muito. Preciso ganhar. É o único remédio que me faz bem. Às vezes confundem futebol com diversão, mas isso aqui é trabalho. A disciplina não precisa ser uma loucura, mas é preciso cumprir os horários e se doar nos treinos.”
O título premiou o homem que recusou a Seleção Brasileira para cumprir seu contrato com o Fluminense, que não o liberou. “Se hoje a gente não ganhasse, muita gente ia me criticar, mas tenho que pensar nos meus princípios. Se tiver outra oportunidade eu posso ir, mas, se ela não vier, paciência”, disse o técnico, que contou, emocionado, ter sonhado com Telê Santana na véspera do jogo decisivo. “Sonhei que dei um abraço nele e ele estava contente. Eu senti o abraço dele, senti que ele estava feliz. Acordei feliz, porque ele representa muita coisa. É um cara vencedor, um exemplo de conduta.” Telê foi seu chefe no São Paulo, no início dos anos 90, e um dos grandes ídolos da história do Fluminense.
Em tempo: mais uma vez o futebol paulista foi um desastre: Corinthians foi o terceiro colocado e irá disputar a pré-Libertadores. Santos foi o oitavo(mas já está classificado para a Libertadores). São Paulo em nono e Palmeiras em décimo irão disputar a Sulamericana.
fonte: www.dcomercio.com.br
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