Desta vez não deu. Foram 13 anos de briga contra a morte. Ela chegou ontem (29/03), às 14h41, no Hospital Sírio-Libanês.
O mineiro de Muriaé, José Alencar, 79 anos, faleceu em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos.
Deixou o exemplo de como devemos tratar o momento crucial da existência humana.
“Deus sabe o que faz e aceitaremos sua decisão de bom grado. Se eu morrer agora, tenho até que me sentir um privilegiado, pois está todo mundo rezando e torcendo por mim. Não posso me queixar se eu morrer”, disse Alencar.
Sua luta comoveu o país. Ao longo de uma década, foi submetido a 17 cirurgias. Sempre com bom humor, encarou seus maiores adversários (o câncer e os juros) com a maior galhardia.
Construiu um dos maiores grupos têxteis do Brasil, a Coteminas.
Humilde, soube balancear sua posição a favor dos trabalhadores e ao mesmo tempo dos patrões. “Não há incompatibilidade entre capital e trabalho”, afirmava.
Durante seu mandato, o vice-presidente, ocupou interinamente a cadeira da presidência por 450 dias, durante as viagens do presidente Lula. O próprio Lula reconhece: “Só venci quando encontrei o Alencar”.
Integro, soube como ninguém honrar os compromissos de ética e lealdade com a vida pública.
Contestou o próprio governo, mas não com um discurso vazio e sem propósito. Mostrou à equipe do Banco Central, que uma prática de juros menores levaria a economia brasileira para um melhor desempenho.
Hoje pela manhã, seu corpo saiu de São Paulo (cidade que adorava), em avião da FAB(Força Aérea Brasileira) destino à Brasília. Seu velório ocorre no salão nobre do Palácio do Planalto. O enterro deverá ocorrer em sua cidade natal.
O guerreiro Alencar deixará saudades.
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