quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Eleições Americanas: e o Brasil?

Joe Biden e Donald Trump (Foto BBC)

Parafraseando um ex-presidente brasileiro: jamais na história daquele país os norte-americanos se envolveram tanto com a eleição do novo presidente. O pleito traz de um lado o atual presidente Donald Trump (Partido Republicano) do outro, Joe Biden (Partido Democrata).

Nos EUA os eleitores podem votar antecipadamente (o pleito foi marcado para essa terça-feira 03 de novembro), no entanto mais de 100 milhões de votos já haviam chegado pelos correios. Um recorde histórico.

Sobre essa possibilidade de votar através dos correios é interessante relatar. Nos EUA o voto não é obrigatório e em 28 dos 50 estados, os votos têm de chegar até o dia da eleição para serem contatos. Nos demais, há alguns dias adicionais para serem recebidos para apuração.

Donald Trump tem alardeado que irá aos tribunais caso não vença a disputa. A maior queixa do presidente é a questão dos votos pelos correios, que segundo ele, pode ocorrer fraudes. Acontece que o próprio Trump já se utilizou desse meio para votar. Outro ponto é que quem instituiu o voto pelo correio foi o republicano Abraham Lincoln (16º presidente – 1861 / 1865). A justificativa foi de incluir os soldados das Forças Armadas americanas envolvidos em combates, dando-os oportunidade para que também participassem dos pleitos. Essa estratégia foi dita como responsável para ter chegado à Casa Branca.

As pesquisas mostram um favoritismo do candidato Biden, mas até o fechamento dessa matéria a eleição seguia indefinida. A se basear na eleição anterior, onde os institutos davam como certa a vitória da democrata Hullary Clinton, é melhor Biden não colocar ainda, as asas para fora.  

E o Brasil?

A eleição americana chama muita atenção porque traz consequência mundial. A maioria dos países são impactados com a economia americana. Os Estados Unidos são a nação mais rica do mundo e produz quase 25% de bens e serviços.  Quando os norte-americanos estão bem, o mundo segue bem. Hoje, uma outra potência ameaça essa soberania: a China.

O Brasil, com a atual política de se declarar abertamente em apoio ao candidato Donald Trump fica numa situação constrangedora. O Brasil sempre agiu de forma imparcial em questões com outros países. Essa decisão de Jair Bolsonaro já trouxe consequências desagradáveis. Hoje o país é visto pelos vizinhos como uma embaixada americana na América do Sul.  Hoje o Brasil não é uma solução americana na região, faz parte do problema.

Vejamos o exemplo do Etanol:

Em setembro, o Brasil renovou a tarifa zero para importar 187,5 milhões de litros de etanol dos EUA. Essa ação foi em consequência da possível retaliação do presidente americano, que defendeu a eliminação de todas as taxas sobre o etanol que os EUA vendem para o Brasil. Acontece que esse mesmo presidente (Trump) esquece que o etanol brasileiro que chega ao solo norte-americano é taxado em 140%.

Outro exemplo que o tiro de Jair Bolsonaro tem saído pela culatra, e que “puxação de saco” não tem dado resultado, é a questão do aço brasileiro. Donald Trump autorizou a redução da importação do nosso aço em tem dificultado o produto entrar em terras norte-americanas.

E agora, como ficamos se Joe Biden for o novo presidente norte-americano? O que fará o mito Jair Bolsonaro? Será que Bolsonaro esqueceu da velha máxima: países não têm amigos, países têm interesses? 

Nenhum comentário: