domingo, 8 de setembro de 2024

Conseg traz números da Segurança Pública

 Apesar da sensação do aumento de violência na cidade de São Paulo, os bairros de Vila Guilherme, Santana e Jardim São Paulo  apresentaram índices menores segundo dados dos órgãos de segurança local. Os números foram apresentados durante reunião do Conseg, realizada no dia 21 de agosto, no auditório do Colégio Amorim Santa Teresa. Rubens Lopes presidiu o encontro. 

Números da Segurança Pública – área da 4ª Cia. do 5º BPM/M

-Apresentação: Comandante Capitão Rafael Victor Messias Tavares

Entre outras informações disse que iria apresentar as metas que foram estabelecidas para sua companhia. “O placar criminal para Julho/2024 ficou o seguinte: Vítimas de letalidade violenta: nossa meta era zero. Conseguimos alcançar a meta. Não houve nenhum homicídio no período, na nossa área. Roubos, a meta era de até 145, ocorreu uma redução de 15%. Roubos outros, mais roubos e furtos de veículos: meta era de até 51, ocorreram 59, ou seja, tivemos um aumento de 15%. Muitos moradores do Jardim São Paulo reclamam de furto de veículos naquela região. Nossa região sofre com a migração da população de rua e usuários de drogas. Temos pequenas cracolândias em nossa área. Temos poucos roubos de veículos. São números espalhados por todo nosso setor. O que ocorre são furtos. No comparativo de julho/2023 para julho/2024 conseguimos zerar o homicídio e latrocínio, estupro teve aumento de 100%, ou seja, no ano passado tivemos um e agora neste ano dois. Nós não temos estupradores contumazes em nossa região. O problema é que no registro tudo é estupro. Um dos casos foi um professor assediando uma aluna. Não houve consumação, mas no registro foi alegado estupro. E o outro caso foi de uma boliviana que fez um boletim informando, que em 2009, foi abusada por um compatriota. No caso de Roubos outros, nosso grande problema é Av. Cruzeiro do Sul. No ano passado tivemos 147, conseguimos reduzir para 123, reduzimos 16%. Furtos outros, temos a questão da área comportar 4 estações de metrô (Tietê, Carandirú, Santana e Jardim São Paulo) além do Terminal de Ônibus de Santana e o Terminal Rodoviário do Tietê, o maior da América Latina. Cerca de 60% destes delitos são registrados por conta destes locais. Temos alguns furtadores persistentes em nossa área. Furto de veículos no ano passado tivemos 4, e neste ano foram 2. Redução de 50%. Furto de veículos é o de maior dificuldade de combate. O furtador se vale do momento em que ninguém está vendo. Por isso que precisamos da ajuda da comunidade e isso pedi no nosso encontro onde foi discutida a importância da Vigilância Solidária. Recentemente conseguimos capturar um ladrão que agia no Jardim São Paulo, um entregador, através de fotos e vídeos enviados pela população. Roubo de carga e roubo a banco não ocorreram. No geral a redução dos indicadores criminais da área ficou em 11%, em relação ao ano passado. Agora no comparativo entre junho e julho deste ano temos, estupro foi 100%, por conta dos casos que eu já mencionei, roubos outros reduzimos em 10%, furtos outros, de 478, para 383, reduzimos 20%, roubos de veículos de 4 para 2, redução de 50%, furtos de veículos, de 55 para 57, tivemos um aumento de 3%, roubo de carga e banco, sem ocorrências. Com relação ao mês passado tivemos uma redução dos índices em 16%. O nosso maior problema na região é nas avenidas Cruzeiro do Sul, General Ataliba Leonel e  Zaki Narchi. A quantidade que circula na Av. Cruzeiro do Sul é enorme. Ocorre também a hipernotificação. Muitas pessoas agem de má fé. Exemplo: pessoas precisam viajar, precisam apresentar documentos, fazem Boletim de Ocorrência, e alegam que foram roubadas, entre os objetos, está lá o RG, o CNH. Outras, o celular quebra, ou vende, e vão à delegacia fazer BO de roubo. 55% a 58%  são ocorrências na Cruzeiro do Sul, e deste números a maioria destes casos são decorrentes do Cingapura, da Zaki Narchi. Menores de idade, que sem o menor pudor, divulgam seus feitos nas redes sociais, especialmente, roubos e furtos de celulares. Esses aparelhos são levados até para fora do Brasil. Existe uma instalação na Cruzeiro do Sul, com nigerianos, que levam esses celulares para fora do país. Outros pontos que também chama nossa atenção são as áreas do Coruja e Salus, na Vila Guilherme e próximo da Otto Baumgart, no Center Norte. O Projeto Muralha tem nos auxiliado na captura de procurados. Em algumas regiões está em fase de teste. Nossa região foi privilegiada com esse programa. O furto de veículos em nossa região se concentra no Jardim São Paulo, especialmente próximo do metrô. Existem pessoas que deixam o carro aberto para conseguir ressarcimento do seguro. Estamos num país de terceiro mundo, não vamos nos iludir. Outro ponto é no final da Rua Casalbuno, no Center Norte, onde o pessoal deixa o carro lá porque não quer pagar o estacionamento. O furto de veículos tem aumentado em toda a cidade, não só na nossa região e isso muito por conta dos desmanches. No Brasil, o automóvel não é consumo, é patrimônio. As pessoas cuidam dos seus carros.  A população precisa ter em mente que a questão de segurança precisa ser compartilhada. Não dá para despejar tudo na mão do poder público. Nós só vamos reduzir esses índices quando diminuir os receptadores.  Vou agora comentar sobre o Mirante de Santana. O histórico que temos é, que desde sempre, são jovens bebendo e usando drogas. Havia problemas com prostituição, não tem mais. Se fizermos um comparativo com Santana, o problema é maior. Em Santana existe o tráfico de drogas e o bairro virou um grande “puteiro”. Todas as ruas tem um prostíbulo. A noite no bairro é muito pesada. A quantidade de viaturas que tenho conseguido colocar na rua no rádio patrulhamento foi de 4, na média de julho. Temos o SGP, RT e RPM. O RPM é o patrulhamento com motos que tem nos auxiliado muito. O nosso problema é a falta dos equipamentos de segurança para os policiais utilizarem as motocicletas. Falta fardamento. Ele é diferente. Capacete, bota, calça com culote, jaqueta. Esses uniformes o Estado não tem para nos fornecer. Eu fui atrás dos preços, para tentar a ajuda de algum político, pois são roupas caras. Eu tenho 30% de defasagem real no nosso efetivo. Na nossa companhia tenho fixado 154 policiais. O existente é de 126. Destes 126 temos policiais que estão presos no Romão Gomes, licenciados sem vencimentos, que estão aposentando, licenciados por saúde e restrição de serviço operacional. Nesse número não conto o número de policiais por afastamento regulamentar, que são os de férias, licença prêmio, paternidade. Nas ruas neste momento consigo colocar o sargento, mais 3 viaturas e 2 motos. Outra dificuldade são os três postos fixos. A base José Felippetti, é uma delas, que pouco produz e me tira a oportunidade de colocar mais uma viatura rodando. Temos a intenção de fechar essa base. Em cada base ficam fixados, 8 policiais. Outro aspecto que quero destacar é a presença do Expo Center Norte, isso altera a dinâmica criminal na área da companhia. São feiras grandiosas que requer nossa atenção e nosso cuidado.  Outra questão, a generosidade e a atuação de pessoas que se doam. Na Av. Cruzeiro do Sul, temos uma casa que abriga moradores de rua, e eles fazem lá sua higienização. De madrugada temos vários carros parados que distribuem marmitas, em diversos pontos da avenida. Temos que fazer caridade, mas com discernimento. Com a quantidade distribuída, não conseguem comer toda a comida, só ingerem a mistura e o resto jogam fora. A migração em nossa região é por conta disso. Tudo que ele ganha na rua, o dinheiro, ele gasta para comprar drogas. Não precisa gastar nada com a sua subsistência.

Na questão da perturbação de sossego que a sociedade precisa fazer sua parte. A Polícia Militar não pode invadir uma casa, pegar o sujeito e levar ele para a delegacia por estar ouvindo som alto. Nós não temos aparelhos para aferir o nível de ruído.  O que podemos fazer é acompanhar a pessoa incomodada, seguir para a delegacia, e ela fazer um Boletim de Ocorrência, uma denúncia. Acontece que as pessoas não querem prestar queixa de alguém conhecido. O PSIU, órgão que atua nestes casos, tem 7 agentes para toda a capital. É só pra dizer que tem.  Nós fazer sim, operações em algumas regiões, com pancadões no meio da rua, consumo de drogas. Esse tipo de evento nós podemos atuar. Agora em agosto eu completo um ano como comandante da companhia e conseguimos trazer uma melhora nos indicadores criminais na nossa área. São essas as informações que tinha para trazer para os senhores”.

Números da Segurança Pública – Guarda Civil Metropolitana

Apresentação: Inspetora de Divisão Comandante Mary Roseane Souza

“A função principal da Guarda Civil Metropolitana é proteção de bens e instalações municipais. Nós temos trabalhos junto as subprefeituras. Todas as terças e quintas-feiras apoiamos os agentes nas questões de zeladoria. A GCM está lá para proteger esses agentes. Temos 5 viaturas para atender toda a demanda na área de Vila Maria/Vila Guilherme. Fazemos diuturnamente rondas preventivas em torno das escolas da região. Apoiamos os agentes da SPTRANS. Cooperamos com outras regiões, pontos críticos da Freguesia do Ó. Nosso efetivo é pequenos diante dos desafios diários que se apresentam. Estamos para receber mais 5 viaturas, no entanto não temos efetivo cobrir toda a área. Recentemente foi abordado aqui na reunião do CONSEG o Programa Smart Sampa, que quando operar em sua capacidade total irá nos auxiliar muito nas ocorrências.

Números da Segurança Pública – Polícia Civil – 9º Distrito Policial

Apresentação: Chefe dos Investigadores Dr. Marcio Bastos

“Atuo há 10 anos no 9ºDP. A região da delegacia abrange 2 terminais de ônibus, quatro estações de metrô e temos muita movimentação de pessoas. Cabe a nós o dever de registrar os Boletins de Ocorrências não só presencialmente, mas os boletins online, e os registros que chegam do interior do Estado. A Polícia Civil conta hoje com 30 mil agentes. No 9º DP temos dois delegados, na chefia dos investigadores temos quatro equipes, com dois investigadores cada. Para compor estas quatro equipes, eu faço parte de uma delas. Estes grupos fazem: as investigações dos Boletins de Ocorrências quando não há prisão em flagrante. Existem um prazo de 15 dias aproximadamente para entregar o relatório. A média de BOs entregue para cada equipe é de quinze por dia. Todas elas com investigação e apresentação de relatório. Quando a Polícia Militar apreende alguém e leva para a delegacia, precisamos deslocar dois agentes para que levem esse preso para fazer audiência de custódia. Só são liberados quando o preso é liberado. Ou seja, temos uma delegacia pesada no quesito investigação. Outras atividades são, cumprir os mandados de prisão, acatar as requisições do Ministério Público. Hoje o Direito está bastante difundido. Se a pessoa é caluniada, difamada, injuriada ou ameaçada, ela faz o BO. Exemplo: Uma pessoa me chama de gordão, me senti ofendido. Eu vou lá fazer o BO e exijo a representação. Nós temos o dever de executar. Temos que dispor um cartório, um escrivão, um agendamento e encontrar o agressor, intimar essa pessoa. Se não encontrar, precisamos retornar ao local várias vezes. Aí vem a crítica que agimos vagarosamente. Mas só podemos agir dentro da Lei. Legislação é questão de governo. Às vezes a Polícia Militar prende alguém, fazemos o nosso trabalho, passam alguns dias e o delinquente está no mesmo local, cometendo os mesmos crimes. Temos cinco equipes de investigadores suprindo os plantões. São investigadores fazendo BOs das 8h às 20h, fazendo boletins. Na delegacia temos três escrivães de polícia, três cartórios. Nas investigações temos dificuldades, falta de ajuda da sociedade. Muitos não disponibilizam as imagens de câmeras. Outros exigem o ofício para liberar as imagens. Para pedir um mandado de prisão é um processo meticuloso, temos que gerar provas, convencer o Ministério Público, fazer representação, é preciso aguardar. Nos números do semestre temos: inquéritos policiais encerrados com autoria e indiciamento, inqueridos aberto por portaria, 123; inquéritos abertos por requisições, 21; abertos por requerimento policiais, 16; prisões em flagrante, 24; termos circunstanciados, 9; mandado de prisão preventivo solicitados, 45; destes 10 foram negados e 35 deferidos; mandado de prisão temporária, 22; denúncia anônimas com crimes, 132; denúncia de Direitos Humanos, 187; investigações em andamento, 259; registro de Boletim de Ocorrência, 15. Entendam o trabalho difícil que temos. Vamos acatar uma abordagem policial com compreensão. Às vezes a Policia Militar aborda as pessoas e essas se sentem ofendidas. As abordagens são para o bem e proteção das próprias pessoas. Eu mesmo já fui abordado algumas vezes, e qual é o problema? Eu apresento minha carteira de motorista, meus documentos, qual é o problema? Numa abordagem o policial pode perceber uma tatuagem e aquela tatuagem foi registrada pela vítima. Tenham certeza que quando houver excessos, esses serão punidos. Estamos à disposição dos senhores”.  

A diretora social Dulcilene Ferreira sugeriu uma ação junto aos vereadores, deputados, para conseguir emenda que destine verba para aquisição de fardamento adequado para a Polícia Militar.

O membro emérito José Maria da Rocha Filho disse da satisfação de ver a comunidade empenhada e participativa. Agradeceu o apoio, comprometimento e dedicação das autoridades, que nunca faltam às reuniões. 

Ao final o presidente agradeceu a presença das autoridades, comerciantes, dos munícipes, lideranças e do apoio da atual diretoria do Conseg: Vera Lucia Lopes Agueda, vice-presidente, Dulcilene Ferreira, diretora social, Evandro Franco, 1º secretário, Solange Romanelli, 2ª secretária e do membro emérito José Maria da Rocha Filho.


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