A Distrital Norte da Associação Comercial de São Paulo
realizou na quinta-feira, 25 de agosto, encontro com a Secretaria Municipal de
Desenvolvimento e Assistência Social, sobre a situação dos moradores de rua,
especialmente no bairro Santana e região. O supervisor de Assistência Social de
Vila Maria/Vila Guilherme, Jeronimo de Souza Andrade, representou a secretária
Luciana Temer.
Jeronimo disse que existem em São Paulo cerca de 15 mil
moradores em situação de rua. Os principais locais ocupados por essa população
são o Centro, a Mooca e em terceiro lugar vem Santana. O supervisor destacou
que quando o morador de rua está dentro dos abrigos da Prefeitura não há
problemas, mas nada impede que eles fiquem perambulando pelas ruas. “Muitas
pessoas não buscam os abrigos pela generosidade das pessoas, empresários,
religiosos, que nas madrugadas passam com alimentação, cobertores e até
dinheiro”, afirmou. Para o agente é louvável esta ação, mas isso incentiva que
o morador de rua permaneça ali debaixo do metrô e não busque o abrigo.
Para Jeronimo, outro ponto que atrapalha a vida destas
pessoas é o acesso fácil às drogas. “Na própria entrada do abrigo da Av. Zaki
Narchi existe um grupo que não entra no local. Eu gostaria de saber por que
eles não entram? A Polícia Militar, as forças de segurança precisam intervir
neste sentido”, observou.
Centro de Acolhida - O Centro de Acolhida da Zaki Narchi
é equipado com sabonetes, escovas e pastas de dentes, toalhas, local para lavar
roupa, armários, refeitório e camas. Aproximadamente 500 homens entram às 16h e
saem às 8h da manhã, parte deste grupo trabalha. No segundo ciclo, as
assistentes sociais analisam a situação deste morador e verificam se ele tem
alguma dependência de droga ou álcool. Ele é convidado a participar de cursos e
tratamentos. Nesta fase o funcionamento é de 24 horas, o centro fica sendo como
sua casa. No terceiro estágio é a porta de saída. É o momento daquele cidadão
conseguir uma nova ocupação ou um emprego para se auto sustentar, ou voltar
para a família.
Jeronimo Andrade - supervisor de Assistência Social |
O subprefeito de Santana/Tucuruvi, Antonio Manoel Esteves,
informou que cada morador de rua que fica debaixo do metrô de Santana recebe em
média 15 quentinhas por dia e a maioria se perde é jogada fora. “Ali debaixo de
metrô virou um ponto de disputa entre eles. Todos querem ficar ali, pois ali
recebem seus donativos e esmolas. Somente um morador de rua me relatou que
recebeu 27 cobertores”, disse. O subprefeito acredita que os Centros de
Acolhida deveriam ter um número reduzido de pessoas e distribuídos pela cidade.
Para o vice-presidente, coordenador Regional Norte, João de
Favari, a Zona Norte virou um depósito de coisas ruins e o poder público não
tem tomado providências. “Quando eu fui diretor superintendente desta distrital
lutamos para que a Zona Cerealista não viesse aqui para a Av. Zaki Narchi, hoje
vejo que seria melhor que viesse”, analisou.
No início da reunião, o diretor do Instituto Longevidade
Antonio Leitão apresentou projeto que facilita a participação das pessoas com
mais de 50 anos em iniciativas nas áreas de trabalho e cidades.
O encontro foi coordenado pelo diretor
superintendente George Abraham Ayoub.
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