terça-feira, 2 de agosto de 2016

Major Olímpio fala sobre Segurança e Cidadania na sede da Distrital Norte da ACSP


Major Olímpio - deputado federal
A Distrital Norte da Associação Comercial de São Paulo recebeu na quinta-feira, 28 de julho, o major Sergio Olímpio Gomes, deputado federal, que discorreu sobre os temas, Segurança e Cidadania, na cidade de São Paulo.

Olímpio lembrou da participação da Associação Comercial de São Paulo, na Revolução Constitucionalista de 1932, quando o então presidente Carlos de Souza Nazareth lutou juntamente com o povo paulista por mais cidadania, pelos ideais da população brasileira e contra a ditadura de Getúlio Vargas.

O deputado falou da importância de se resgatar a cidadania dos moradores de São Paulo. Explicou sua manifestação durante a cerimônia de posse do ex-presidente Lula, como ministro da Casa Civil, em 17 de março. “Meu grito estava entalado na garganta do povo brasileiro. Aquilo realmente era uma vergonha, dar posse para aquele cidadão”, afirmou. Para Olímpio, a corrupção é um câncer que se alastrou por todo o país e está em diversos segmentos da sociedade.  “A corrupção virou uma prática comum e isso faz a população sofrer, mas essa mesma população quer um basta em tudo isso. Os senhores vão poder verificar uma verdadeira revolução nas próximas eleições municipais”, disse. Para ele, os grandes campeões de votos serão o branco e nulo. Olímpio disse da responsabilidade daqueles que são eleitos, em não conduzir seus mandatos em causa própria.

Major Olímpio, George Ayoub, diretor superintendente e João de Favari, vice-
presidente, coordenador Regional Norte da ACSP

Cidade de São Paulo - São Paulo tem um orçamento para 2016, de R$54 bilhões, com problemas em todos os segmentos. Sãos 12 milhões de habitantes, número maior que muitos países, como Chile e Portugal.  A Rede Municipal com quase 1 milhão de alunos, 74 mil profissionais de Educação, 17 mil policiais e 42 mil na área da Saúde. O deputado Olímpio propôs um estudo para discutir o orçamento público e a sua distribuição, qual a destinação destes recursos. O deputado informou que devido a grave crise econômica no país, a cada dia mais pessoas buscam os serviços de saúde através do SUS (Sistema Única de Saúde) e que devido a precariedade e o sucateamento deste sistema, pode ser o último suspiro do cidadão.

Segurança – Major Olímpio destacou a instituição da Cracolândia, no centro da cidade e em seis pontos regionais. Falou dos bares, hotéis e casas de prostituição clandestinas que permitem ao traficante trabalhar livremente. Ressaltou sobre o déficit habitacional, das ocupações irregulares que geram violência. Informou que apesar de não estar expressa na Constituição, a pena de morte já existe em nossa sociedade e que 60 mil pessoas são executadas todos os anos.  Do orçamento da cidade, 490 milhões são destinados para a área da Segurança. Propôs a adoção da Tolerância Zero para a ilegalidade. Afirmou que não existe uma obra em São Paulo que não sofra algum tipo de extorsão. “Em nosso país tem se a sensação que o crime compensa e é melhor fazer errado. Um ambulante fica eternamente na rua, é conveniente, ele não quer se formalizar, terá que pagar impostos. Ele paga uma caixinha para o fiscal corrupto, da administração corrupta, numa cadeia interminável. Como dizia o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que implantou a Tolerância Zero, não seja complacente com os pequenos delitos, para não ser conivente com os grandes crimes”. Questionou sobre a destinação da prefeitura de cerca de R$1 milhão para os bailes funks e de 3 milhões para os eventos Marcha para Jesus e Passeata GLBT. “Nada contra o estilo musical destes bailes funks, mas aqui todos sabemos da proliferação de drogas, da prostituição, da promiscuidade nestes eventos. Já na Marcha de Jesus e Passeata GLBT eu imaginava que toda aquela estrutura, carros de som, eram pagos pelos organizadores, mas não, quem banca é a prefeitura, ou melhor, você através de seus impostos”. Criticou a postura da prefeitura em tirar cerca de 400 soldados da Guarda Civil Metropolitana da porta das escolas, e ruas, para atuar na área de trânsito, na autuação de motoristas com pistolas eletrônicas nas marginais. “Essa ação não é para dar mais segurança do trânsito, é puramente para aumentar a arrecadação. As mortes que ocorrem nas marginais é daquele ambulante que está ali e não deveria estar e não é fiscalizado, é daquele morador de rua que mora debaixo da ponte e tenta atravessar a via. Temos realmente que fazer estudos dos limites de velocidade em cada via e acabar com essa hipocrisia”, observou. 



Plano Diretor Estratégico – O deputado Olímpio disse que leu o Plano Diretor Estratégico e que lá estão todas as diretrizes para se ter uma cidade melhor. O documento traz 11 mil sugestões da sociedade, em todas as áreas: Econômica, Mobilidade Urbana, Comércio, Habitação, Educação, Saúde, Saneamento, Meio Ambiente. “ Não existe segredo, temos que seguir a lei e essas diretrizes. Nosso desafio para as próximas décadas será de disputar cada criança com o traficante. Se há déficit de vagas nas creches temos que fazer parcerias, mas não ter na creche 5 crianças e pagar por 30. É um vício da administração pública fazer com material de segunda e pagar por material de primeira. Quando a administração dá o exemplo, ela inspira credibilidade, afugenta o ilegal e diminui a violência social. Até 2020 teremos mais de 1.000 quilômetros de ciclovias, temos que abrir espaços na cidade, a mobilidade urbana, mas não simplesmente colocar tinta vermelha no chão”, disse.

Combate à corrupção – Major Olímpio disse ser contra o fórum diferenciado e que essa prática incentiva a criminalidade. Ele é um dos signatários da proposta das 10 medidas de combate à corrupção que está para ser votada no Congresso.

George Ayoub, major Olímpio, Claudia Olímpio Gomes, esposa do major Olímpio,
João de Favari e Luiz Kankan, diretor 1ºsecretário ACSP-Distrital Norte

Zona Norte – Sobre a Zona Norte, o deputado citou o albergue na Av. Zaki Narchi, espaço que seria utilizado por 50 moradores de rua e que atualmente é ocupado por mil pessoas. “Neste local a prefeitura pretendia transferir a Zona Cerealista, o que traria um verdadeiro caos para a região. Graças a mobilização popular e do Sr. João de Favari que teve participação muito importante em todo esse processo, quando levou para a matriz da ACSP, uma reunião histórica, onde o poder público teve que respeitar o desejo da sociedade. Porém, lamentavelmente, mais uma vez a prefeitura não ouviu a população e instalou lá este albergue que virou ponto de droga”. Olímpio lamentou que vários eventos que causaram transtornos em outras regiões, como por exemplo o Folia na Faria, foram transferidos para a região. Falou do risco de se promover eventos com 2 milhões de pessoas, na Praça Campos de Bagatelle, local da cabeceira do Aeroporto Campo de Marte.


A reunião foi presidida pelo diretor superintendente George Abraham Ayoub e contou com a presença do vice-presidente, coordenador Regional Norte, João de Favari. 

Fotos: Jornal São Paulo de Fato - Brás Pereira

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