Major Olímpio - deputado federal |
A Distrital Norte da Associação
Comercial de São Paulo recebeu na quinta-feira, 28 de julho, o major Sergio
Olímpio Gomes, deputado federal, que discorreu sobre os temas, Segurança e Cidadania,
na cidade de São Paulo.
Olímpio lembrou da participação
da Associação Comercial de São Paulo, na Revolução Constitucionalista de 1932,
quando o então presidente Carlos de Souza Nazareth lutou juntamente com o povo
paulista por mais cidadania, pelos ideais da população brasileira e contra a
ditadura de Getúlio Vargas.
O deputado falou da importância
de se resgatar a cidadania dos moradores de São Paulo. Explicou sua
manifestação durante a cerimônia de posse do ex-presidente Lula, como ministro
da Casa Civil, em 17 de março. “Meu grito estava entalado na garganta do povo
brasileiro. Aquilo realmente era uma vergonha, dar posse para aquele cidadão”,
afirmou. Para Olímpio, a corrupção é um câncer que se alastrou por todo o país
e está em diversos segmentos da sociedade.
“A corrupção virou uma prática comum e isso faz a população sofrer, mas
essa mesma população quer um basta em tudo isso. Os senhores vão poder
verificar uma verdadeira revolução nas próximas eleições municipais”, disse. Para
ele, os grandes campeões de votos serão o branco e nulo. Olímpio disse da
responsabilidade daqueles que são eleitos, em não conduzir seus mandatos em
causa própria.
Major Olímpio, George Ayoub, diretor superintendente e João de Favari, vice- presidente, coordenador Regional Norte da ACSP |
Cidade de São Paulo - São Paulo tem um orçamento para 2016, de R$54
bilhões, com problemas em todos os segmentos. Sãos 12 milhões de habitantes,
número maior que muitos países, como Chile e Portugal. A Rede Municipal com quase 1 milhão de
alunos, 74 mil profissionais de Educação, 17 mil policiais e 42 mil na área da
Saúde. O deputado Olímpio propôs um estudo para discutir o orçamento público e
a sua distribuição, qual a destinação destes recursos. O deputado informou que
devido a grave crise econômica no país, a cada dia mais pessoas buscam os
serviços de saúde através do SUS (Sistema Única de Saúde) e que devido a
precariedade e o sucateamento deste sistema, pode ser o último suspiro do
cidadão.
Segurança – Major Olímpio destacou a instituição da Cracolândia, no
centro da cidade e em seis pontos regionais. Falou dos bares, hotéis e casas de
prostituição clandestinas que permitem ao traficante trabalhar livremente.
Ressaltou sobre o déficit habitacional, das ocupações irregulares que geram
violência. Informou que apesar de não estar expressa na Constituição, a pena de
morte já existe em nossa sociedade e que 60 mil pessoas são executadas todos os
anos. Do orçamento da cidade, 490
milhões são destinados para a área da Segurança. Propôs a adoção da Tolerância
Zero para a ilegalidade. Afirmou que não existe uma obra em São Paulo que não
sofra algum tipo de extorsão. “Em nosso país tem se a sensação que o crime
compensa e é melhor fazer errado. Um ambulante fica eternamente na rua, é
conveniente, ele não quer se formalizar, terá que pagar impostos. Ele paga uma
caixinha para o fiscal corrupto, da administração corrupta, numa cadeia
interminável. Como dizia o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que
implantou a Tolerância Zero, não seja complacente com os pequenos delitos, para
não ser conivente com os grandes crimes”. Questionou sobre a destinação da
prefeitura de cerca de R$1 milhão para os bailes funks e de 3 milhões para os
eventos Marcha para Jesus e Passeata GLBT. “Nada contra o estilo musical destes
bailes funks, mas aqui todos sabemos da proliferação de drogas, da
prostituição, da promiscuidade nestes eventos. Já na Marcha de Jesus e Passeata
GLBT eu imaginava que toda aquela estrutura, carros de som, eram pagos pelos
organizadores, mas não, quem banca é a prefeitura, ou melhor, você através de
seus impostos”. Criticou a postura da prefeitura em tirar cerca de 400 soldados
da Guarda Civil Metropolitana da porta das escolas, e ruas, para atuar na área
de trânsito, na autuação de motoristas com pistolas eletrônicas nas marginais.
“Essa ação não é para dar mais segurança do trânsito, é puramente para aumentar
a arrecadação. As mortes que ocorrem nas marginais é daquele ambulante que está
ali e não deveria estar e não é fiscalizado, é daquele morador de rua que mora
debaixo da ponte e tenta atravessar a via. Temos realmente que fazer estudos
dos limites de velocidade em cada via e acabar com essa hipocrisia”,
observou.
Plano Diretor Estratégico – O deputado Olímpio disse que leu o
Plano Diretor Estratégico e que lá estão todas as diretrizes para se ter uma
cidade melhor. O documento traz 11 mil sugestões da sociedade, em todas as
áreas: Econômica, Mobilidade Urbana, Comércio, Habitação, Educação, Saúde, Saneamento,
Meio Ambiente. “ Não existe segredo, temos que seguir a lei e essas diretrizes.
Nosso desafio para as próximas décadas será de disputar cada criança com o
traficante. Se há déficit de vagas nas creches temos que fazer parcerias, mas
não ter na creche 5 crianças e pagar por 30. É um vício da administração
pública fazer com material de segunda e pagar por material de primeira. Quando
a administração dá o exemplo, ela inspira credibilidade, afugenta o ilegal e
diminui a violência social. Até 2020 teremos mais de 1.000 quilômetros de
ciclovias, temos que abrir espaços na cidade, a mobilidade urbana, mas não
simplesmente colocar tinta vermelha no chão”, disse.
Combate à corrupção – Major Olímpio disse ser contra o fórum
diferenciado e que essa prática incentiva a criminalidade. Ele é um dos
signatários da proposta das 10 medidas de combate à corrupção que está para ser
votada no Congresso.
George Ayoub, major Olímpio, Claudia Olímpio Gomes, esposa do major Olímpio, João de Favari e Luiz Kankan, diretor 1ºsecretário ACSP-Distrital Norte |
Zona Norte – Sobre a Zona Norte, o deputado citou o albergue na Av.
Zaki Narchi, espaço que seria utilizado por 50 moradores de rua e que
atualmente é ocupado por mil pessoas. “Neste local a prefeitura pretendia
transferir a Zona Cerealista, o que traria um verdadeiro caos para a região. Graças
a mobilização popular e do Sr. João de Favari que teve participação muito
importante em todo esse processo, quando levou para a matriz da ACSP, uma
reunião histórica, onde o poder público teve que respeitar o desejo da
sociedade. Porém, lamentavelmente, mais uma vez a prefeitura não ouviu a
população e instalou lá este albergue que virou ponto de droga”. Olímpio lamentou
que vários eventos que causaram transtornos em outras regiões, como por exemplo
o Folia na Faria, foram transferidos para a região. Falou do risco de se
promover eventos com 2 milhões de pessoas, na Praça Campos de Bagatelle, local
da cabeceira do Aeroporto Campo de Marte.
A reunião foi presidida pelo
diretor superintendente George Abraham Ayoub e contou com a presença do
vice-presidente, coordenador Regional Norte, João de Favari.
Fotos: Jornal São Paulo de Fato - Brás Pereira
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