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Mesa das autoridades |
Foi com este espírito que oficineiros, artistas, produtores
culturais, professores e frequentadores da Casa de Cultura da Vila Guilherme –
Casarão – compareceram à reunião do Conseg-Vila Guilherme, Santana e Jardim São
Paulo, no dia 20 de setembro, no auditório do Colégio Amorim Santa Teresa.
Todos queriam ouvir as explicações do representante da
Secretaria Municipal de Cultura, Rogério Custódio, sobre o fechamento do
equipamento público de forma intempestiva. Coincidentemente na semana de aniversário do bairro de Vila
Guilherme, que no dia 12 de setembro, completou 111 anos de fundação.
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Cerca de 140 participantes lotaram o auditório do Colégio Amorim Santa Teresa |
A vereadora Ely Teruel indagou o agente público sobre o valor
da obra. Custódio disse que o projeto executivo correu por licitação, pregão
eletrônico, pelo valor de R$290.999,90. Afirmou que o objeto desta contratação
é para estudo de restauro, arquitetura,
estruturação, adequação das instalações elétricas e hidráulicas, acessibilidade
e segurança contra incêndio. Ressaltou que passada essa etapa, vai ser possível
estimar o valor total da restauração.
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Vereadora Ely Teruel |
Informou que existe um fundo, FUNDURB – Fundo de
Desenvolvimento Urbano da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento da
Prefeitura de São Paulo – onde a maioria das obras são colocadas. Disse que hoje este fundo dispõe de R$47
milhões.
O presidente do Conseg, Rubens Lopes, tomou a palavra e pediu
agilidade neste processo. “Peço que olhem com muito carinho para essa situação,
pois muitas famílias dependem deste local, muitas até para sobreviver. O momento
de união e não de separação. Vamos cobrar providências”.
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Presidente do Conseg Rubens Lopes |
Frequentadores(as) do
Casarão – Fabiana Macedo
disse que existe uma parte recém reformada do Casarão que poderia ser utilizada
normalmente. Dara Roberta, afirmou que o prazo de 60 dias é muito longo. Pediu
esclarecimentos sobre a realocação dos oficineiros, dos cursos já agendados e
das verbas empenhadas. Adriana Souza, integrante do Conselho Gestor do Casarão,
questionou sobre a interdição realizada pela prefeitura, sendo essa
prerrogativa da Defesa Civil. Pediu transparência no processo. Ivonete da Silva
Moraes, também recém-eleita para o Conselho Gestor da Casa, informou que existe
acesso lateral, que não tem ligação com a parte tombada do Casarão.
Custódio afirmou que não existe interdição e sim suspensão
temporária de funcionamento. “Eu não concordo com a decisão, o Juninho não
concorda com a decisão, a Josie não concorda, a secretária Aline não concorda,
o prefeito Ricardo Nunes não concorda, a Câmara de Vereadores não concorda, mas
é o que tínhamos que fazer neste momento”, concluiu.
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Coordenadora Josie de Jesus |
Josie Priscila Pereira
de Jesus – Coordenadora das Casas de Cultura da Prefeitura de São Paulo – “Nós temos outras casas que estão no
mesmo processo. Por causa da burocracia que impera, o Casarão nunca passou por
um processo de restauração, porque ele é tombado. Nós não podemos contratar
qualquer empresa. Tem toda uma complexidade. Aquela parte que é tombada não
pode ser substituída. Ela precisa ser restaurada da mesma forma que ela foi
criada e pensada pelo projeto arquitetônico. Pelo respeito daquele arquiteto
que fez a obra. (O Casarão foi construído em 1924, por Guilherme Praun da
Silva, fundador do bairro de Vila Guilherme e abrigou primeiramente o Grupo
Escolar de Vila Guilherme – informação Conseg-Vila Guilherme). Tenho conversado
todos os dias com o Juninho (Luis Carlos) administrador do Casarão sobre o que
fazer com as oficinas. E chegamos a conclusão de realocar para os equipamentos
mais próximos possíveis, para que a população não tenha que se deslocar tanto
da sua região. Conseguimos colocar a maioria das atividades dentro das
bibliotecas mais próximas. Algumas atividades poderão ser realizadas online.
Estamos buscando mais espaços da Secretaria de Cultura para poder atender a
todos. Sabemos que o Casarão salva vidas. Atende idosos, aquele jovem que
poderia ir para o caminho das drogas, tem criança que mora o dia todo no
Casarão, porque aquela mãe não tem outro local para deixá-lo. Estamos fazendo
de tudo para contemplar as atividades existentes. Não vamos deixar em hipótese
alguma de atender a programação do Casarão. Vamos fazer eventos
itinerantes. Temos um projeto chamado Praças da Cultura, que é levada a
Cultura, onde ela não chega. Para os locais mais precários. Levar a Cultura
para quem não tem acesso. Então a secretária Aline Torres designou que toda a
programação do Casarão seja incluída no Praças da Cultura. Sobre o editais,
algumas atividades também poderemos colocar no Praças da Cultura. Vocês estão
sofrendo, nós também. Nunca gostaríamos de suspender as atividades do Casarão.
Mas fomos obrigados para preservar a integridade física das pessoas. E muitos
frequentadores da casa que aqui estão sabe do problema, a casa balança. Cheguei
a falar com o Juninho que tínhamos que informar do fechamento da casa. Uma hora
isso teria que acontecer”, respondeu a coordenadora.
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Administrador do Casarão - Juninho |
Luis Carlos – Juninho –
Administrador do Casarão - “As informações foram chegando por partes. São milhares de pessoas que
são atendidas pelo Casarão. Conheço todas pelo nome e sei o impacto de cada
pessoa dentro do Casarão. Enquanto funcionário público e gestor o Casarão,
estarei aqui servindo de canal mais próximo entre vocês comunidade e a
Secretaria de Cultura. Todas as sugestões que estão chegando a mim estou
repassando. Estou sofrendo bastante com essa situação. Minha relação com o
Casarão é muito mais que profissional. Dividir e realocar as atividades têm
sido um desafio para nós. Estamos caminhando. O Casarão não são as paredes, são
vocês. Com essa situação, vamos conseguir ampliar nosso campo de atuação. Conto
com vocês. Estou a disposição de vocês. Vamos focar no nosso problema. Não
vamos nos dispersar. Tragam sugestões e estratégias para podermos ocupar o
Casarão novamente e isso irá acontecer”.
Enfrentamento à
violência e criminalidade em condomínios: Estratégias para tornar a vizinhança
mais segura
Outro assunto de destaque da reunião foi a violência nos
condomínios. A profª. Maria Isabel da Silva e Dr. Cristiano de Souza, do
Instituto Educacional Encontros da Cidade, foram convidados para falar sobre o
tema.
Entre outras informações disseram que trabalham com cursos,
eventos, palestras na área educacional de condomínios. Discorreram que durante
a pandemia a violência nos condomínios aumentou e o instituto foi procurado por
muitos síndicos. Explicaram que neste período algumas leis foram criadas para
que o síndico pudesse denunciar esses acontecimentos. Disseram que neste
período os conflitos foram intensificados. Falaram que apesar do síndico ser o
ponto de referência, o responsável civil e criminal pelo condomínio, na questão
de segurança o dever é de todos. Informaram que no dia 22 de novembro de 2022,
na Câmara Municipal de São Paulo, a vereadora Ely Teruel promoveu o 1º Encontro
de Combate à Violência Doméstica e Familiar em Condomínios. Foi instituído que
o dia 22 de novembro passou a ser o Dia de Combate a Violência em Condomínios.
“Fazer é diferente de saber fazer. Bom senso não é senso comum e o que é obvio
para você não é obvio para mim”, explicou a prof. Isabel.
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Professora Isabel |
Outro aspecto abordado é a questão das pessoas saírem da sua
zona de conforto. “Quando os agentes da Policia Militar, Polícia Civil, Guarda
Civil Metropolitana saem de suas casas, eles saem da zona de conforto, saem
para trabalhar, para nós como sociedade civil é pensar que não é só eles que
devem fazer segurança”, afirmou o Dr. Cristiano.
Ressaltaram sobre a necessidade da prevenção. Esclareceram
que para um crime ocorrer existem três fatores: ambiente favorável,
vulnerabilidade e agente capaz. “Uma pessoa com celular na mão, desatenta, na
rua, engloba os três fatores”, disse a professora.
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Dr. Cristiano |
Pediram para redobrar a atenção na chegada aos condomínios.
Explicaram que algumas ações podem tirar a zona de conforto, no entanto elas
ajudam na questão da segurança. Ressaltaram que alguns condomínios investem
recursos em tecnologia, que pouco servem, se as regras não são seguidas pelas
pessoas. Alertaram sobre alguns condomínios que cometem a imprudência de permitir
a entrada de motoboys por mera razão de conforto e comodidade. Explicaram que
quem mora em condomínio mora em coletividade e diversidade. A condição de que o
meu conforto pode causar desconforto na coletividade tem que ser cada vez mais
levado na frente.
Disseram que muitas pessoas não conhecem seus vizinhos de
apartamento, caso ocorra algo fica difícil se comunicar. “Crimes acontecem no
apartamento ao lado do seu e você só fica sabendo depois”, alertou Isabel. “Morar
em condomínio é dividir algo com alguém, inclusive a própria vida. Se você não
gosta de fechar o portão, não é a sua vida que vai causar um problema é a de
todos”, disse Dr. Cristiano.
Destacaram que a maior incidência de falhas não estão nas
câmeras, na portaria remota, equipamento técnico, treinamento do porteiro,
zelador, e sim ao descumprimento das regras e desatenção aos procedimentos de
segurança.
Eleição do Conselho
Tutelar – A conselheira Penha Moreira informou que a
eleição será realizada no dia 01/10/2023, das 8h às 17h, e seguirá o rito de
uma eleição normal, com apresentação do título de eleitor e documento com foto.
Disse que é uma eleição regional e por esta razão seguirá o critério do local
de votação do eleitor, por exemplo: um morador da Vila Guilherme que tem seu
título de eleitor registrado em uma escola de Santana, só poderá votar nos
candidatos em Santana. Explicou que todos os candidatos lutam pela mesma causa,
ou seja, defendem direitos das crianças e adolescentes. O eleitor(a) poderá
votar em até 5 candidatos(as). Fizeram uso da palavra: Zezão, pastor Jorge
Netto, Andrea Scarpa, Lucelina Silva, Cristiane Ferreira e Helio Moreira.
A mesa das autoridade foi composta por: delegado Dr. Paulo
Sergio Silva, 9º DP; cabo Andrea Aparecida
de Carvalho, 5ºBPMM, da 4ª Cia; vereadora da Câmara Municipal de São Paulo, Ely
Teruel; subprefeito de Santana/Tucuruvi, João Evangelista dos Santos Neto;
inspetor de divisão Elias José Carlos, Guarda Civil Metropolitana; Marcelo
Pereira Guido, Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros; Conselho
Tutelar da Região de Vila Maria/Vila Guilherme, conselheira Penha Aparecida
Moreira; Companhia de Engenharia de Tráfego – CET – assessor Hugo Valério;
Polícia Rodoviária Federal, agente Denilson Moura; Karl Marx, assessor de
Assuntos Comunitários da SPTRANS; Evandro Gilio, Casa Civil da Prefeitura de
São Paulo; Helio Moreira, CADES-Vila Guilherme.
No encerramento da reunião foi servido um bolo comemorativo
de aniversário dos 111 anos do bairro de Vila Guilherme, gentilmente oferecido
pela conselheira tutelar Penha Moreira, que também era aniversariante da
semana.
Ao final o presidente agradeceu a presença das autoridades,
comerciantes, dos munícipes, lideranças e do apoio da diretoria do Conseg: Vera
Lucia Lopes Agueda, vice-presidente, Evandro Franco, secretário, Solange Romanelli,
segunda secretária, Dulcilene Ferreira, diretora social e José Maria da Rocha
Filho, membro emérito.
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